Vaginose bacteriana na gravidez: o que você precisa saber

Saiba mais sobre vaginose bacteriana na gravidez: causas, sintomas, tratamentos e como prevenir para uma gestação saudável.

Dr Rafael Bruns

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Vaginose Bacteriana

A vaginose bacteriana é uma condição comum que pode afetar mulheres em qualquer fase da vida, incluindo durante a gravidez. Neste artigo, vamos explorar em detalhes o que é a vaginose bacteriana, como ela pode impactar a gravidez e as opções de tratamento disponíveis.

O que é vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana, também conhecida como vaginite não específica, é a forma mais comum de inflamação vaginal. Ela é causada por um desequilíbrio na flora vaginal normal, onde há uma diminuição na concentração de lactobacilos e predomínio de uma espécie de bactérias sobre outras, principalmente a Gardnerella vaginalis.

Ao contrário de muitas condições genitais, a vaginose bacteriana não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), embora esteja associada à atividade sexual. Por ter uma causa orgânica, ela não é transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo.

Além da vaginose bacteriana a tricomoníase e a candidíase também são causas de corrimento vaginal.

Sintomas da vaginose bacteriana

Os principais sintomas da vaginose bacteriana incluem:

  • Corrimento vaginal, geralmente de cor amarela, branca ou cinza;
  • Odor forte e desagradável, semelhante ao cheiro de peixe podre, que se intensifica após uma relação sexual e durante o período menstrual;
  • Sensação de ardência ao urinar;
  • Coceira no exterior da vagina.

No entanto, é importante notar que muitas mulheres com vaginose bacteriana podem não apresentar nenhum sintoma.

Vaginose bacteriana e gravidez

Durante a gravidez, as alterações hormonais podem levar a um desequilíbrio na microbiota vaginal, aumentando o risco de vaginose bacteriana. Embora a condição não interfira diretamente no desenvolvimento do bebê, ela pode aumentar o risco de parto prematuro e de o bebê nascer com baixo peso.

Como a vaginose bacteriana é diagnosticada?

O diagnóstico da vaginose bacteriana é feito primeiramente por critérios clínicos e testes ambulatoriais. O exame preventivo, também chamado de papanicolau, é uma das maneiras que os médicos utilizam para detectar a condição.

Quando uma mulher relata os sintomas da doença, o ginecologista pode solicitar o exame preventivo ou outros exames, como análise de uma amostra do corrimento e/ou do líquido do colo do útero.

Além disso, durante o exame pélvico, o médico pode coletar uma amostra do corrimento vaginal para ser examinada microscopicamente. Com as informações geradas por esse exame, o médico geralmente consegue identificar a causa dos sintomas.

Tratamento da vaginose bacteriana

O tratamento da vaginose bacteriana é feito por meio de antibióticos de uso tópico ou oral. É fundamental que seja feito o tratamento completo, mesmo que os sintomas desapareçam antes do fim.

Na gravidez, o tratamento deve ser sempre orientado pelo obstetra ou ginecologista. Normalmente, o médico pode indicar o uso de antibióticos orais por 7 dias, ou com a aplicação de antibióticos em pomada por cerca de 5 dias.

Possíveis complicações

Na maioria dos casos, a vaginose bacteriana não causa grandes complicações. No entanto, existem algumas implicações sérias, especialmente na gravidez, que incluem:

  • Parto prematuro ou recém-nascido com peso abaixo do esperado;
  • Aumento da probabilidade de infecção por IST, HIV/Aids, em casos de exposição ao vírus;
  • Aumento da probabilidade de uma mulher ser infectada por outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia e gonorreia, que podem causar doença inflamatória pélvica (DIP) e dificultar a ocorrência de uma gravidez futura.

Prevenção da vaginose bacteriana

Existem algumas medidas que podem ajudar a prevenir a vaginose bacteriana, incluindo:

  • Usar água e sabão neutro para lavar a área genital;
  • Tomar banho em vez de banho de imersão;
  • Evitar o uso de sabonetes perfumados, banho de espuma, shampoo ou gel de banho na banheira;
  • Evitar duchas vaginais ou o uso de desodorantes vaginais.

Conclusão

A vaginose bacteriana é uma condição comum que pode afetar mulheres em qualquer fase da vida, incluindo durante a gravidez. Embora possa não causar sintomas em todas as mulheres, ela pode aumentar o risco de parto prematuro e de o bebê nascer com baixo peso quando ocorre durante a gravidez.

É importante buscar tratamento médico se você suspeitar que tem vaginose bacteriana. O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos e é importante seguir as orientações do médico para garantir que a condição seja tratada de forma eficaz.

Categorias: Dúvidas, Gestantes
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