Metilfolato ou Ácido Fólico: Qual é a melhor opção para as gestantes?

Entenda ácido fólico e metilfolato na gestação. Descubra qual é melhor para futuras mães e por que tentantes devem consumi-los.

Dr Rafael Bruns

Autor:

leitura 9min

atualização

Publicidade

Metilfolato ou Ácido Fólico

Olá futuras mamães! Hoje, vamos conversar sobre um tema que frequentemente causa alguma confusão, mas que é de extrema importância para a saúde da gestante e do bebê: a ingestão de folato. Você já deve ter ouvido falar do ácido fólico e do metilfolato, mas sabe qual é a melhor opção para as tentantes e gestantes?

O ácido fólico e o metilfolato são duas formas diferentes do folato, uma vitamina do complexo B essencial durante a gravidez. Embora seja comum referir-se ao ácido fólico como sinônimo de folato, eles não são exatamente a mesma coisa.

O ácido fólico é a forma sintética do folato, comumente encontrada em suplementos e alimentos fortificados. Por outro lado, o metilfolato é a forma ativa do folato que o nosso organismo utiliza. Agora, a questão é: qual desses devemos optar durante a gestação? Ou até mesmo antes dela?

Em primeiro lugar as “tentantes”

As mulheres que estão tentando engravidar, frequentemente chamadas de “tentantes”, são frequentemente aconselhadas a começar a tomar ácido fólico antes mesmo da concepção. Existe um motivo muito importante para isso. O ácido fólico desempenha um papel crucial no desenvolvimento inicial do tubo neural do feto, que é a estrutura que se transforma na medula espinhal e no cérebro do bebê. Isso acontece nas primeiras semanas de gestação, muitas vezes antes de a mulher saber que está grávida. A deficiência de ácido fólico durante esse período pode resultar em defeitos do tubo neural, como espinha bífida e anencefalia.

Além disso, o ácido fólico é importante para a criação de novas células, o que é vital durante a gravidez, quando tanto a mãe quanto o feto estão em rápido crescimento. O ácido fólico ajuda a formar o DNA e o RNA, fundamentais para a formação de todas as células do corpo. A suplementação de ácido fólico não só ajuda a reduzir o risco de defeitos do tubo neural, mas também pode diminuir o risco de outras complicações, como parto prematuro.

Portanto, nós médicos recomendamos que as tentantes comecem a tomar ácido fólico antes de engravidar para garantir que seus corpos estejam bem preparados para uma gravidez saudável.

Ácido Fólico

Por muitos anos, o ácido fólico tem sido o protagonista quando o assunto é a suplementação durante a gravidez. Ele tem um papel fundamental na prevenção de defeitos do tubo neural no feto, como a espinha bífida. Além disso, o ácido fólico contribui para a formação de novas células, o crescimento celular e a produção de DNA e RNA.

Para que o ácido fólico seja devidamente utilizado pelo nosso organismo, ele precisa ser convertido em sua forma ativa, o metilfolato. Essa transformação é realizada por uma enzima chamada metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR). No entanto, cerca de 40% a 60% das pessoas possuem uma variação genética que compromete o funcionamento ideal dessa enzima. Isto torna a conversão do ácido fólico em metilfolato menos eficiente. Neste sentido, mesmo que estejam consumindo uma quantidade adequada de ácido fólico, essas pessoas podem não estar absorvendo a quantidade suficiente de folato ativo de que necessitam, devido a essa variação genética que afeta a atividade da enzima MTHFR.

Alguns alimentos são ricos em ácido fólico

Alguns alimentos como folhas verdes, legumes como feijão fígado e beterraba são ricos em ácido fólico.

Metilfolato

Ao contrário do ácido fólico, o corpo não precisa converter o metilfolato para usá-lo. Isso significa que o corpo pode absorvê-lo e utilizá-lo de maneira mais eficiente, independentemente da genética do indivíduo. Além disso, o metilfolato desempenha um papel importante na regulação do humor, que pode ser útil para as gestantes que lutam contra a depressão ou a ansiedade.

A pesquisa sobre metilfolato e gravidez ainda está em seus estágios iniciais, mas os estudos atuais sugerem que o metilfolato pode ser uma alternativa mais eficaz e segura para as gestantes, especialmente aquelas com a variação genética mencionada.

Então, qual é o melhor?

Não existe uma resposta definitiva para essa pergunta, pois cada organismo é único e pode reagir de maneira diferente. O importante é ter certeza de que você está recebendo uma quantidade adequada de folato durante a gravidez, seja na forma de ácido fólico ou metilfolato.

Para tomar a melhor decisão para você e seu bebê, é fundamental conversar com seu médico ou nutricionista. Eles poderão avaliar suas necessidades individuais, considerando seu histórico de saúde, sua dieta e seu estilo de vida. Além disso, eles poderão orientá-la sobre a quantidade correta a ser consumida.

Quais os sintomas da deficiência de ácido fólico?

A deficiência de ácido fólico pode resultar em uma variedade de sintomas, que muitas vezes podem ser sutis no início e aumentar com a progressão da deficiência. O ácido fólico é essencial para uma série de funções no organismo, incluindo a criação de novas células e o suporte à saúde do cérebro e do sistema nervoso.

Os sintomas comuns de deficiência de ácido fólico incluem cansaço constante e fraqueza, resultantes da diminuição na produção de energia. Também podem ocorrer problemas cognitivos, como dificuldade de concentração, irritabilidade e até depressão, uma vez que ele é fundamental para a função cerebral adequada. Em relação à saúde física, os sintomas podem englobar a palidez da pele, falta de ar e uma língua avermelhada e inchada. Nos casos mais sérios, a deficiência de ácido fólico pode causar anemia megaloblástica, que é caracterizada por glóbulos vermelhos maiores e menos eficientes na circulação do oxigênio pelo corpo.

No Brasil as farinhas já são fortificadas com ácido fólico

A suplementação de farinhas com ácido fólico é uma estratégia adotada por vários países, incluindo o Brasil, como forma de prevenir a ocorrência de defeitos do tubo neural nos bebês. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou, através da Resolução nº 344, de 13 de dezembro de 2002, que todas as farinhas de trigo e milho devem ser fortificadas com ácido fólico e ferro. O ácido fólico adicionado tem como objetivo aumentar a ingestão dessa vitamina pela população em geral, reduzindo assim o risco de malformações congênitas.

Este tipo de política pública tem demonstrado resultados significativos na saúde da população. Pesquisas indicam que, desde a implementação dessa medida no Brasil, houve uma diminuição notável na incidência de defeitos do tubo neural, como a espinha bífida, em recém-nascidos. Portanto, a suplementação de farinhas com ácido fólico tem sido uma ferramenta importante na promoção da saúde pública e na prevenção de malformações congênitas.

Conclusão

A saúde da mãe e do bebê é o mais importante durante a gestação. Portanto, garantir a ingestão adequada de folato, seja na forma de ácido fólico ou metilfolato, é fundamental. Conversar com profissionais de saúde e obter exames adequados pode ajudar a decidir qual opção é a melhor para você.

Lembre-se, cada corpo é único e tem suas próprias necessidades. Portanto, é essencial personalizar sua suplementação com base em suas necessidades individuais. No final das contas, tanto o ácido fólico quanto o metilfolato têm seu lugar na saúde da gestante e do bebê.

E você, já sabia dessas diferenças entre o ácido fólico e o metilfolato?

Categorias: Dúvidas, Gestantes
Visualizações:

Publicidade