Espessura Pré-Nasal em Fetos com Síndrome de Down

Estudo avalia uso da espessura prenasal fetal para rastrear Síndrome de Down no segundo trimestre da gestação.

Dr Rafael Bruns

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A avaliação de características da face (osso nasal) e presença de edema subcutâneo (translucência nucal) já são rotina no rastreamento ultrassonográfico para a síndrome de Down.

Pesquisadores dedicados realizaram um estudo inovador. Seu objetivo? Estabelecer uma referência para a espessura prenasal fetal. Além disso, quiseram avaliar essa métrica em fetos com Trissomia 21. Este é o termo científico para a Síndrome de Down.

Eles reuniram dados 3D do perfil fetal. As amostras vieram de 135 fetos saudáveis e 26 com Trissomia 21. As idades gestacionais variavam de 16 a 24 semanas. Para medir a espessura prenasal, usaram o modo multiplanar. Eles mediram a menor distância entre o osso frontal e a pele.

Os resultados mostraram diferenças claras. Nos fetos saudáveis, a espessura prenasal aumentou com a gestação. Iniciou com uma média de 2,4 mm às 16 semanas, chegando a 4,6 mm às 24 semanas. Importante ressaltar que as medições se mostraram consistentes. Em 95% dos casos, a diferença entre duas medições era menor que 1 mm.

Medida da Espessura pré-nasal em fetos com Síndrome de Down

No entanto, nos fetos com Trissomia 21, a situação era diferente. A média de espessura prenasal era muito maior. Além disso, 73,1% desses fetos apresentavam medidas acima do percentil 95 da faixa normal. Assim sendo esta medida poderia ser utilizada para avaliação do risco para Síndrome de Down. Vale lembrar que essa diferença persistia independentemente da presença de ventriculomegalia, edema nucal, ausência do osso nasal ou defeito cardíaco.

Os médicos já examinam rotineiramente o perfil fetal no segundo trimestre. Portanto, a técnica para medir a espessura prenasal é amplamente conhecida. Se confirmarmos os achados do estudo, essa medida pode se tornar um método sensível de rastreamento para Trissomia 21.

Em resumo, esta pesquisa abre novas possibilidades para o rastreamento pré-natal da Síndrome de Down. Destaca a necessidade de inovação e pesquisa contínuas na medicina fetal.

Se você tem interesse na medida da espessura do edema pré-nasal, veja também um artigo que relaciona a relação da espessura pré-nasal com o comprimento do osso nasal.

 

Espessura Pré-Nasal

Medida da espessura pré-nasal em exame morfológico.

Referência:

  1. Persico N, et al. Prenasal thickness in trisomy-21 fetuses at 16-24 weeks of gestation. Ultrasound Obstet Gynecol. 2008 Nov; 32(6): 751-4.
Categorias: Artigos, Médicos
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