Dengue e Gravidez: Guia para uma Gestação Segura

Descubra como proteger-se da dengue durante a gravidez, incluindo dicas de prevenção, sintomas a observar e opções de tratamento seguras.

Dr Rafael Bruns

Autor:

leitura 9min

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Aedes Aegypti

Ao embarcar na jornada da maternidade, as futuras mães se deparam com uma miríade de alegrias e desafios. Entre esses desafios, a dengue durante a gravidez emerge como uma preocupação que necessita de atenção especial. Neste contexto, é vital que as gestantes estejam munidas de informações confiáveis e práticas de prevenção para navegar com segurança por esse período. Através deste guia, buscamos lançar luz sobre os aspectos cruciais da dengue na gravidez, desde a compreensão de seus sintomas até as estratégias eficazes de tratamento e prevenção, visando assegurar o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê.

A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, que se torna ainda mais grave quando atinge gestantes. Durante a gravidez, as defesas do organismo ficam mais fracas, aumentando os riscos de complicações caso a mulher contraia dengue. Este artigo trará informações importantes sobre a dengue na gravidez, abordando os riscos, os sintomas e os cuidados necessários.

Riscos da Dengue na Gravidez

A gravidez por si só já traz inúmeras dúvidas e preocupações à futura mãe, e o diagnóstico de dengue pode aumentar ainda mais esses receios. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Paho), a imunidade da gestante é naturalmente mais baixa, o que pode favorecer o desenvolvimento de complicações.

Principais Riscos

Os principais riscos da dengue durante a gravidez são:

  1. Aumento do risco de aborto, no início da gravidez;
  2. Descolamento da placenta;
  3. Alterações na coagulação sanguínea;
  4. Hemorragia;
  5. Eclâmpsia;
  6. Pré-eclampsia;
  7. Comprometimento do fígado;
  8. Falência dos rins.

Os riscos da dengue são maiores quando a mulher está no início ou no final da gravidez. Porém, se a doença for identificada e o tratamento for seguido corretamente, é possível prevenir os riscos tanto para a grávida quanto para o bebê.

Sintomas da Dengue na Gravidez

Os sintomas da dengue frequentemente começam com febre alta repentina, dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações, fadiga, náusea e, em alguns casos, erupções cutâneas. Estes sintomas podem se sobrepor aos desconfortos comuns da gravidez, como fadiga e náusea, tornando o diagnóstico inicial desafiador

Na gravidez, os sintomas da dengue são basicamente os mesmos apresentados nas demais pessoas. No entanto, nem sempre eles aparecem, portanto, pode ser que a infecção não seja percebida sem uma avaliação médica e realização de exames.

Os principais sintomas da dengue na gravidez incluem:

  • Febre alta repentina
  • Dor de cabeça e em torno dos olhos
  • Dor muscular e nas articulações
  • Tremores
  • Diarreia
  • Enjoo
  • Perda de apetite
  • Mudanças no paladar
  • Sensibilidade ao toque
  • Vômitos
  • Placas vermelhas na pele

Como ocorre a transmissão da doença?

A dengue é transmitida principalmente pela picada de mosquitos infectados do gênero Aedes, sendo o Aedes aegypti o mais comum vetor da doença. O ciclo de transmissão inicia quando o mosquito pica uma pessoa infectada pelo vírus da dengue. Após um período de incubação no mosquito, que dura de 8 a 12 dias, este se torna capaz de transmitir o vírus para pessoas saudáveis através de suas picadas. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa.

Os mosquitos Aedes são mais ativos durante o dia, especialmente nas primeiras horas da manhã e antes do anoitecer. Eles se reproduzem em água parada, por isso é importante eliminar os criadouros para prevenir a propagação da doença. A prevenção é fundamental, especialmente em áreas endêmicas, e inclui o uso de repelentes, roupas que cubram a maior parte do corpo e mosquiteiros.

Exame para Detectar Dengue

O diagnóstico da dengue é primordialmente realizado por meio de exames de sangue específicos que detectam a presença do vírus da dengue ou dos anticorpos produzidos em resposta à infecção. Esses exames podem variar em complexidade e tempo de processamento, o que influencia a rapidez com que os resultados podem ser disponibilizados.

O hemograma é um dos exames iniciais que pode ser solicitado. Apesar de não ser específico para a dengue, o hemograma pode revelar alterações sugestivas, como a diminuição no número de plaquetas ou leucócitos, que são indicativos comuns de infecção pelo vírus da dengue. No entanto, para confirmar a presença da doença, são necessários testes específicos que identificam diretamente o vírus ou os anticorpos contra ele.

Existem diferentes tipos de testes para a detecção da dengue, incluindo o NS1, que pode detectar o vírus nos primeiros dias da infecção, e os testes sorológicos (IgM e IgG), que identificam os anticorpos e são mais úteis na fase posterior da doença. A escolha do teste depende do tempo decorrido desde o início dos sintomas e das especificidades clínicas de cada paciente.

Dada a importância do diagnóstico precoce, especialmente em gestantes, é crucial que qualquer suspeita de dengue seja investigada prontamente, permitindo a adoção das medidas de tratamento e acompanhamento adequadas para a saúde da mãe e do feto. A orientação e o acompanhamento médico são essenciais nesse processo, garantindo a realização dos exames apropriados e a interpretação correta dos resultados.

Tratamento da Dengue na Gravidez

O tratamento da dengue na gravidez consiste em amenizar os sintomas, com a reidratação oral ou intravenosa (administração de soro pela veia), repouso e manutenção da atividade sanguínea — o que pode exigir internação hospitalar. A doença costuma se curar sozinha em até dez dias, mas a recuperação total pode levar entre duas e quatro semanas.

É importante não tomar remédios por conta própria se houver suspeita de dengue, pois há certas substâncias que favorecem hemorragias, como os anti-inflamatórios.

Prevenção da Dengue e o combate ao Aedes Aegypti

A prevenção da dengue durante a gravidez é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê. Essa precaução envolve uma série de medidas cuidadosas, começando pela eliminação de locais que possam acumular água parada, como vasos de plantas, pneus velhos e calhas, para evitar que se tornem criadouros do mosquito Aedes aegypti. Além disso, é importante manter a casa livre de plantas como samambaias, que podem acumular água e facilitar a reprodução dos mosquitos. O uso de roupas que ofereçam ampla cobertura ao corpo também é aconselhado, assim como a aplicação de repelentes seguros para gestantes, a fim de reduzir o risco de picadas. Evitar áreas com alta concentração de pessoas e locais propícios à proliferação de mosquitos complementa as estratégias de prevenção, ajudando a proteger as futuras mães dessa doença.

Conclusão

A dengue na gravidez é um assunto sério e requer cuidados especiais. É importante que a gestante busque assistência médica logo ao aparecimento dos primeiros sintomas, para minimizar os riscos para ela e para o bebê. Com o atendimento e o monitoramento corretos, a mãe se recupera sem problemas e tudo fica bem com o bebê.

Categorias: Dicas, Gestantes
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